Bebês, Cuidados Diários

6 perguntas que vão fazer você repensar sobre como elogia seu filho

Babamos muito nas nossas crias, né? É super natural morrer de orgulho e logo elogiar uma gracinha nova que eles fazem. Mas qual é o melhor jeito de elogiar?

Nossa parceira e psicoterapeuta de crianças e adolescentes, Mônica Pessanha, escreveu esse ótimo texto com 6 perguntas que nos fazem repensar sobre como elogiamos nossos filhos.

Muito interessante!! Vale a pena a leitura!

Baby Girl Holding Parental Hands Lying On Fur Bed

Quando as mães veem seus filhos crescendo e aprendendo sentem tanto orgulho que tendem a dizer palavras de carinho para tudo que os pequenos fazem. Algumas mães temem que elogiar a criança para tudo vai torná-la um adulto mimado com dificuldades para lidar com fracasso, acredito que para tudo na vida o equilíbrio é a chave.

Elogios demais estragam, mas de menos também. Como todos nós, eu quero que minha filha se sinta estimulada e motivada. Mas precisamos refletir sobre como estamos fazendo isso.

Essas seis perguntas podem nos ajudar a avaliar.

1- Como os elogios aumentam a autoestima?

É preciso distinguir os efeitos que os elogios podem ter numa criança com auto-estima e numa com baixa-estima. As crianças com autoestima elevada são relativamente despreocupadas com o fracasso e buscam oportunidades para demonstrar o seu valor e capacidade. Elas podem interpretar o elogio como um incentivo e buscarão desafios para mostrar que elas são capazes de atender aos altos padrões estabelecidos.

Em contraste, as crianças com baixa auto-estima são relativamente preocupadas com o fracasso e evitam situações que podem revelar as suas dificuldades. Elas podem valorizar o elogio recebido, mas podem evitar desafios, porque elas têm medo de que não sejam capazes de cumprir os padrões estabelecidos, já que elas tendem a elevá-los. Assim, o elogio excessivo pode ironicamente prejudicar as crianças com baixa auto-estima, desencorajando-as a aceitar desafios.

2- O elogio pode ser um problema ou um benefício?

No geral o elogio faz bem. A criança gosta de saber que valorizamos seus feitos. Mas é preciso estar atento ao fato de que o elogio excessivo pode desencadear na criança com baixa-estima sentimentos de auto-proteção do tipo “eu quero evitar revelar minhas dificuldades” e nas crianças com auto-estima elevada um sentimento de auto-promoção do tipo “eu quero demonstrar minha capacidade, pois sou o melhor”. Assim a melhor saída é o equilíbrio, pois elogios adequados podem ajudar as crianças quando não definidos por meio de padrões muito elevados para elas. Ao termos isso em mente, contribuiremos para reduzir, nas crianças com baixa-estima, o medo do fracasso e promovendo a busca de novos desafios.

3- Por que os pais elogiam mais do que os outros?

Os pais, mais do que ninguém, podem elogiar a criança, na intenção de fazê-la sentir bem. Não é uma coisa particularmente difícil de fazer, nem ruim. E no geral eles fazem mais do que qualquer outra pessoa. Isso acontece porque os pais são capazes de reconhecer as potencialidades de seus filhos mais do que outras pessoas. Quando um pai se sentir bem sobre o seu filho, falar sobre a criança é algo comum, corriqueiro.

Mas é importante lembrar que os pais precisam enxergar seus filhos como eles realmente são; se são ótimos, que sejam, mas se apresentam dificuldades, que os pais possam ajudá-los a melhorar, sem fazer críticas à criança, ou seja, o foco deve ser, nesse caso, a atitude ou comportamento.

4- Em relação às sensações de culpa, por que para os pais é mais fácil ceder?

A maternidade e a paternidade trazem sensações que é uma mistura de sentimentos: insegurança e inexperiência, medo de errar, falta de controle, falta de opção para ficar em casa ao invés de trabalhar, amor incondicional e entre muitos outros, sentimentos a própria frustração. É normal que eles transformem frustração em compensação e tentem elogiar ou presentear os filhos com medo de que sejam alvos de criticas pela ausência. Mas elogios devem vir do que há de mais puro dentro dos pais,que é o amor. Incentivar os filhos é muito melhor do que elogiá-los por tudo que fazem.

O mais importante para os pais é fazer o melhor que puderem para atender às necessidades físicas e emocionais de seus filhos; depois disso, eles podem liberar qualquer culpa por não ter sido perfeito, porque ninguém conseguirá ser. Enquanto não há uma receita única de como os pais podem ser perfeitos, os pais precisam concentrar-se em ser “pais e mães suficientemente bons.” Isso pode em si ajudá-los a se livrarem da culpa.

5- Criticar em excesso faz mal?

Algumas crianças apresentam dificuldades para lidar com as exigências do dia a dia (desempenho na escola, cuidados com o material escolar, bom desempenho nos esportes ou outra atividade extracurricular) e no geral, os professores e, muitas vezes, os pais esperam que todas as crianças progridam no mesmo patamar. As crianças que apresentam dificuldades, sejam elas quais forem, recebem muitas criticas. Os próprios pais, no geral, as criticam. As emoções negativas geralmente envolvem mais pensar no insucesso. Além disso, as informações negativas que recebemos são processadas mais profundamente do que as positivas. Assim, temos a tendência a ruminar mais sobre acontecimentos desagradáveis – e usar palavras mais fortes para descrevê-los – do que felizes. E nesse contexto, podemos concluir que críticas excessivas podem afetar a criança de forma negativa. Isso não quer dizer que críticas não podem ser feitas, mas devemos prestar bastante atenção em como as fazemos. Uma boa maneira de saber se as estamos fazendo da maneira correta, é preciso se perguntar: minha crítica diz respeito a fatos, comportamentos, atitudes ou a pessoa em si?

6- Então como elogiar?

As crianças precisam sentir um senso de independência e autonomia para realmente ter uma sensação de valor para a sua própria vida. Primeiramente, nosso elogio precisa ser sincero, de outra forma a criança sentirá que ele não é verdadeiro. Ao elogiar uma criança é preciso encontrar algo específico que tenha feito de bom. É assim que começamos a trabalhar com reforço positivo. Elogios genéricos do tipo “Parabéns!” quando a criança realizou algum feito são pouco eficientes, o melhor é ressaltar o que ele fez que ajudou a alcançar aquele resultado.

 

Mônica Pessanha é psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mãe da Mel, uma menina que adora desenhar, mantenedora das BRINCADEIRAS AFETIVAS (Oficina terapêutica entre mães e filhos(as)) – www.facebook.com/brincadeirasafetivas
Atende no Morumbi – SP – monicatpessanha@hotmail.com / (11)986430054 e (11)37215430

Cheguei ao Mundo
 
Comentários no Facebook
 
1 Comentário
  1. Patricia  25/09/2015 | 11:41

    Muito legal o texto!
    Eu preciso me cuidar pois elogio demais!
    Beijos!

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