Educação dos Pequenos, Mamães & Papais

Como ajudar seu filho a lidar com a mudança

Quem viu o filme “Divertida mente” vai lembrar da angústia e tristeza da Riley com a mudança de sua família de Minnesota para São Francisco. Ao se mudar muitas coisas passam pela cabeça dos pais, mas não devemos deixar de prestar atenção nos sentimentos dos nossos filhos. Eles podem se sentir inseguros e apresentar resistências com essa mudança.

Se pensarmos um pouco sobre nós mesmos quando crianças, o que nos trazia segurança era poder contar com uma base sólida: família, amigos, professores da escola, vizinhos etc. Essa familiaridade com o ambiente ao redor proporciona autoconfiança. Então, por melhor que seja qualquer mudança, ela pode ter um impacto enorme nas crianças e precisamos atentar para algumas questões.

Family moving house with boxes full of stuff, they are painting

Pesquisamos alguns pontos importantes e também conversamos com nossa psicoterapeuta parceira, Mônica Pessanha, para entender como lidar com esse momento. Confiram!

1)Priorizar os sentimentos dos filhos: Por mais que você tenha que organizar uma série de coisas, não perca o foco e atenção nos sentimentos de seu filho. Ele irá apontar isso em detalhes, desde a negativa a arrumar seus brinquedos e roupas até mudanças pontuais de comportamento. Mantendo atenção em suas reações ele se sentirá parte do contexto da mudança.  Vale lembrar que toda mudança causa um desconforto emocional e requer tempo de adaptação.

2)Não se desfaça de objetos pessoais: De acordo com a Mônica, esse desconforto acontece devido às lembranças afetivas que se construíram no lugar onde cresceu ou passou parte da infância, e as crianças acham que ao se mudar perderão essas lembranças. Uma dica para esses casos é não se desfazer de coisas pessoais das crianças (brinquedos velhos, móveis que poderiam ser trocados, enfeites), assim elas poderão se desprender aos poucos de objetos que remetem ao ambiente anterior à mudança.

3)Deixe-o participar: Para a criança a mudança representa uma grande confusão de emoções, ora estão felizes com a possibilidade de novos amigos, mas em outros momentos ficam tristes porque deixarão amigos para traz. Uma coisa que ajuda é envolvê-los em todo o processo, tanto físico como emocional. Desde a arrumação até a chegada a nova casa, deixe-o sentir importante e participando ativamente do processo. Isso contribuirá para uma sensação de inclusão e poderá diminuir o estresse. Aproveite para envolver os amigos também, que poderão ajudar a organizar os brinquedos, por exemplo.

4)Estabeleça uma rotina: Mesmo que seja difícil e que a criança apresente um comportamento estranho na nova casa, a rotina irá trazer segurança para eles, pois saberão o que esperar e isso pode tranquilizá-los e ajudar a criar o “sentimento de estar no lar” novamente.

5)Dê tempo ao tempo (e a seu filho): Eles vão precisar de tempo para lidar com os desafios de entrar em um novo colégio, se relacionar com novos vizinhos, lidar com a saudade de relações anteriores. Mas com calma novos laços serão construídos. As amizades da infância são importantes para o desenvolvimento das crianças, convide novos amigos para conhecerem a casa de vocês, isso pode contribuir na criação de novos laços afetivos. O que também pode funcionar para ajudar nesse processo é buscar pontos de interesse da criança que estejam disponíveis no novo local: algum parque, praia, piscina, etc.

Enquanto para nós uma mudança pode ser a realização de um sonho, para nossos filhos pode ser uma ruptura muito significativa e um desafio enorme. Segundo a Mônica, muitas vezes ela pode causar o sentimento de medo nas crianças: “a criança pode até ficar com medo de andar sozinha em alguns cômodos da casa”. Nesses casos é muito importante não forçar e nem fazer piadas sobre essas situações, porque por mais fantasiosa que seja a cabeça da criança, o sentimento é real. Para ajudá-las é preciso respeito e paciência.

Certamente eles têm toda capacidade de se adaptar, mas para isso precisam do nosso apoio e tempo. E não se sinta culpada, o mais importante não é estar na mesma casa, cidade, país, e sim contar com a sua força e paciência para ajudá-los nesse processo.

 

 

Esse texto contou com a colaboração da parceira do blog, Mônica Pessanha, que é psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mãe da Mel, uma menina que adora desenhar, mantenedora das Brincadeiras Afetivas (Oficina terapêutica entre mães e filhos(as) – www.facebook.com/brincadeirasafetivas
Atende no Morumbi – SP – monicatpessanha@hotmail.com / (11)965126887 e (11)37215430 – Orientação e aconselhamento para pais por Skype.

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