Educação dos Pequenos, Mamães & Papais

Mãe, posso balançar mais alto? A Maternidade e a Insegurança

Atire a primeira pedra a mãe que nunca sentiu insegurança, medo ou ficou com o coração apertado no dia a dia com os filhos!

Como não queremos que nossos pequenos experimentem sentimentos como medo e tristeza, acabamos superprotegendo e sofrendo por dentro… A verdade é que muitas vezes não nos sentimos boas mães quando nossos filhos não estão 100% felizes, concordam?

Para nos ajudar a lidar com esses medos, conversamos com a psicoterapeuta e parceira do blog, Mônica Pessanha. Em um texto super importante e esclarecedor, ela destacou atitudes que podem ajudar nossos filhos a serem adultos felizes e seguros.

Vale muito a pena ler!! ;-)

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Mãe, posso balançar mais alto? A Maternidade e a Insegurança – por Mônica Pessanha

Recentemente uma mãe me enviou um e-mail perguntando se ela estava errada em não deixar o filho balançar alto. Disse ter medo que ele se machucasse. Contou-me ainda que todas às vezes que a criança vai ao parquinho com o pai, ela volta mais feliz do que com ela. Sua suposição para tal alegria estava no fato de ela não deixá-la subir tanto enquanto balançava. Minha primeira pergunta foi: “o pai o deixa balançar alto?”

Sua resposta positiva ao meu questionamento revela muito sobre como mães são mais inseguras do que pais. São elas que estão ali sempre dizendo: não faça isso; cuidado com aquilo; não solte a minha mão; nem aqui nem ali. Algumas mães têm tanto medo de perder seus filhos que não dirigem sozinha com a criança. Sentem-se com o coração apertado quando precisam viajar sem seus filhos. Outras até choram e não dormem quando seus filhos vão dormir pela primeira vez na casa do amiguinho. Não há nada de errado em querer proteger os filhos. O problema surge quando o sentimento de perda gera na criança uma falta de capacidade para lidar mais efetivamente com tensões e pressões para enfrentar os desafios cotidianos tão simples como deixar o balanço ir bem alto. Assim, balançar mais alto pode significar para a criança que ela pode ir além dos limites que traçamos; ir além das expectativas que criamos, perfazendo seu próprio caminho para uma vida adulta próspera. Afinal, não é isso que sussurramos nos ouvidos deles quando estão dormindo?!

Existem várias razões para a insegurança materna. As mães se sentem inseguras porque são muitas as escolhas e as dúvidas. Nunca sabemos a hora exata de estimular a criança a agir por conta própria nem como cobrar responsabilidade. Muitas vezes, elas ainda sentem medo de deixar a criança experimentar emoções como raiva, medo, tristeza. No geral, elas pensam que não são boas mães se os filhos não estiverem 100% felizes. O que as mães precisam entender é que tudo isso são sentimentos e não precisam temer em deixar seus filhos experimentar todos. Quando agem com o NÃO FAÇA, não ajudam as crianças a serem seguras e fortes. Se ensinassem as crianças a lidar com as emoções o maternar seria mais fácil e mais seguro.

A insegurança materna pode-se traduzir pelo reflexo da preocupação e comprometimento em relação ao que a mulher toma para si ao se tornar mãe. Deixar que o filho suba a escada sozinho resistindo a tentação de levá-lo no colo, pode ser o pontapé inicial para superar os medos que adquirimos com a maternidade. Além disso, é preciso ressaltar que Freud anunciava o ato de educar como algo impossível. Impossível não no sentido de não realizável, mas como ato que gera restos e diferenças. É exatamente isso que move o ato educativo: querer fazer diferente das gerações passadas; uma após outra. Não é à toa que antes da chegada dos nossos pequenos acostumamos ter diferentes expectativas que nossos pais tinham em relação a nós. Isso geralmente se traduz no enunciado: quando tiver filhos vou fazer diferente. Isso significa que nossos pais, e mais especificamente nossas mães erraram conosco? Não. Isso é simplesmente algo inerente ao próprio ato educativo. Ter isso em mente, certamente, contribui para amenizar nossas inseguranças maternas e nos ajuda a criar crianças mais seguras e fortes.

O que eu mais gostaria de fazer é ajudar as mães a transformarem o amor e zelo que sentem pelos seus filhos em atitudes que os ajudassem a serem adultos felizes e seguros. Para isso é necessário ter em mente alguns princípios chaves que podem nos ajudar nessa tarefa. Para começar, vale lembrar que não há mãe que não falhe. Isso é inevitável para a mãe que tenta acertar, que dialoga e não apenas conversa, que ouve não apenas escuta.

Isso tudo pode ser traduzido em termos mais práticos da seguinte forma:

1- Não deixe o medo agir, lembre-se que o medo gera ansiedade. Seja firme em tomar decisões, seja uma fonte eterna de amor e autonomia, mas também fonte de limites. Não tenha medo de sair de perto deles, pois eles estarão em casa quando você voltar.

2- Seja empática. Empatia é o ponto básico de qualquer relação. Quando as mães colocam-se no lugar de seus filhos, elas podem se ver através dos olhos deles, abrindo uma porta para a comunicação efetiva e fechando a porta da insegurança e do medo. A empatia fornecerá força para tornar ambientes estressantes em ambientes seguros e tranquilos.

A felicidade está literalmente à nossa volta, para ser uma mãe mais feliz e segura, equilibrando as coisas que as mães amam e as coisas que amam na maternidade, basta compreender que nenhuma de nós é perfeita e nem sempre iremos viver momentos perfeitos, sem medos e dúvidas.  Mas podem sem sombra de dúvida se tornarem mães suficientemente boas.

 

Mônica Pessanha é psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mãe da Mel, uma menina que adora desenhar, mantenedora das BRINCADEIRAS AFETIVAS (Oficina terapêutica entre mães e filhos(as)) – www.facebook.com/brincadeirasafetivas
Atende no Morumbi – SP – monicatpessanha@hotmail.com / (11)986430054 e (11)37215430

Cheguei ao Mundo
 
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