Mamães & Papais, Viagens

Mães Brasileiras pelo Mundo: Austrália

Hoje tem a coluna “Mães Brasileiras pelo Mundo” na Austrália! A Cássia é mãe do Reef, esse bebê lindo de 21 meses, e contou um pouco pra gente sobre a experiência de criar um filho na Austrália, onde mora com seu marido desde 2010. Ela destacou as principais diferenças culturais que sente após 6 anos morando fora, explicou sobre sua rotina com bebê e quais as principais atividades que costumam fazer juntos.

Se você mora fora e tem uma experiência legal para compartilhar aqui no blog, manda um e-mail pra gente no contato@chegueiaomundo.com.br! Vamos adorar! ;-)

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História e primeiras impressões

Conheci meu marido em agosto de 2009. Ele já estava com passagem comprada para a Austrália e o plano dele era tentar a vida aqui. Eu também sempre quis morar fora. Desde que bati o olho no meu então marido, sabia que aquele era o amor da minha vida. Em junho de 2010 estávamos casados e morando na Austrália. E aqui estamos nós hoje depois de 6 anos e com um fruto mais que especial que é o nosso filho – o Reef.

Nunca tive dúvidas que fiz a escolha certa. Não só pra mim como pro meu filho. É muito bom quando se mora em um lugar onde tudo funciona, onde vc vai e vem sem muitas preocupações e onde você consegue levar uma vida digna com qualquer profissão que escolha.

Parto e Gravidez

Demoramos um ano e um mês pra engravidar. Ser mãe sempre foi o meu maior sonho. Chegamos até a ir numa clínica de fertilização e tentamos medicina alternativa mas nada parecia funcionar. 

Reef nasceu de parto normal com 40 semanas e 3 dias. As contrações começaram às 3am do dia 12 de setembro. Cheguei no hospital as 10pm do mesmo dia e só fui ter o Reef pela manha do dia 13. Pedi a epidural por volta da 1am, só que não funcionou. Tive que tomar outra, que pra minha surpresa, doeu mais que o parto. 

Santa epidural gente! Aqui vc mesmo tem o controle sobre a epidural e pode colocar mais no seu corpo a cada 15 minutos (fica um caninho nas suas costas). Eu conseguia sentir as contrações, mas a dor tinha ido embora.

O pre-natal e os exames são os mesmos que no Brasil. Você pode ser acompanhada pela parteira (caso escolha ter o seu bebê em hospital público) ou ser acompanhada por um obstetra (se optar pelo hospital privado).

A grande diferença é que a revelação do sexo aqui é só a partir dos 3 meses – na maioria das vezes com 4. A explicação é porque sendo o aborto aqui legal até 3 meses, muitas pessoas (por incrível que pareça) ficam sabendo que é uma menina, por exemplo, mas queriam uma menino, então acabam tirando. Isso é mais comum em culturas como dos chineses e indianos, então é uma forma de evitar esse tipo de comportamento. 

Quanto ao parto, no serviço público eles fazem normal ao menos que haja risco de morte para mãe e/ou bebê. E dependendo do hospital, você também não tem voz na hora de pedir a epidural. Mas é tudo de graça.

Caso opte pelo privado, é possível optar pela cesariana, mediante pagamento de todos custos da cirurgia e obstetra. Os planos particulares aqui são um pouco diferente. Eles não cobrem nenhuma consulta com especialistas. O governo reembolsa cerca de 60% do preço da consulta e parto. 

Licença Maternidade

Aqui você ganha 4 meses pagos de licença maternidade pelo governo. Porém a empresa que você trabalha é obrigada a segurar a sua posição por até um ano. É muito comum por aqui as mães deixarem o trabalho ou optar por trabalhar 3 vezes na semana, que é o meu caso. 

Médicos/Pediatras

Pediatra aqui só se o bebê tiver com uma doença mais séria. O acompanhamento mensal se faz com enfermeiras especializadas em crianças, na farmácia ou no “community center”. Caso seu filho tenha algo que você queira análise do pediatra, você deve ir em um clínico geral e pegar uma carta de referência. 

Eu me sinto um pouco frustrada aqui em relação a essa medicina que é bem diferente da do Brasil, que é mais preventiva.

Creches/escolas/babás

Babá aqui é muito caro – muito mesmo. Creche também, mas é mais barato que babá. A creche custa em torno de AU$110 por dia, dependendo da sua renda anual é possível receber uma parte de volta pelo governo. Aqui não tem creche publica. A escola mesmo só começa com 5 anos e então você pode escolher pela pública ou particular. Muitas mães optam por parar de trabalhar também pois não tem condições de pagar a creche, apesar do governo dar um rebate dependendo da renda familiar. 

Como as coisas são muito caras aqui, quase nenhuma família terceiriza a educação do filho. As mãe pais levam e buscam na escola, estão sempre fim de semana com seus filhos e levam eles pra todo lugar pois muita gente não tem família aqui, como é o meu caso. Isso por um lado é muito bom, pois acaba aproximando mais as famílias.

Relação trabalho e qualidade de vida

A maioria das pessoas já está em casa por volta das 5pm. Não tem muito trânsito e você trabalha 7 horas e meia por dia e pode escolher ter uma hora ou meia hora de almoço. 

Eu já tive que faltar muitas vezes ao trabalho por conta de doenças do meu filho. Em função da cultura ser diferente no Brasil, acabamos não nos sentindo bem e achando que todo mundo vai olhar torto pra você. Mas na verdade as pessoas aqui põe a família em primeiro lugar. O que é maravilho, pois de fato é possível conciliar o trabalho mantendo filho como prioridade.  

Atividades com as crianças

Brincamos muito ao ar livre. A Austrália é um país que valoriza as atividades ao ar livre. Vamos ao parquinho, vamos a play date com outras mães que têm filhos da mesma idade, brincamos na praia mesmo no inverno, andamos de bicicleta, etc. Apenas em dias de chuva costumamos brincar em locais fechados. Tento evitar também tecnologia como televisão e celular.

Educação

Sempre reflito sobre a diferença de educação aqui na Austrália e no Brasil. Vejo algumas diferenças em relação a cultura brasileira desde os cuidados iniciais com recém nascidos. Aqui na Austrália é mais comum sair com recém nascido desde os primeiros dias. E os bebês costumam fazer de tudo com os pais, que não deixam de sair porque tem filhos, apenas adaptam a vida para inserir o bebê. Já inserimos o Reef desde cedo em nossas atividades, íamos a praia, fazíamos trilha, shopping, churrascos, TUDO! E isso foi muito importante para mim. 

Porém uma coisa que me deixa pra morrer aqui são as mães concordarem com a famosa “lei do playground”. Elas vão com os filhos no parquinho, soltam eles e ficam sentadas conversando. As crianças se batem, se empurram e elas não fazem NADA. A lógica por trás dessa atitude é que as crianças que têm que se resolver e elas se entenderão sozinhas. Mas acredito que elas ainda precisam sim de alguém para guiá-las, pois ainda não sabem o que é certo ou errado. Estão se testando e testando os outros a todo momento. 

A questão da independência também é levada muito a sério. Se seu filho já consegue comer, ele vai ter o prato dele na mesa e vai comer sozinho. Ele vai tomar a mamadeira sozinho, etc. Meu filho limpa o que suja, joga o guardanapo sujo dele no lixo, guarda as compras do supermercado… isso tudo com 20 meses. Ele adora. Ele fica todo orgulhoso por estar ajudando e por estar fazendo parte de tudo.

Amizades

Eu nunca achei que fosse fazer tantas amizades desde que me tornei mãe. Fiz amigas até em banheiros públicos hahahaha. As parteiras do hospital já nos colocam em contato com várias mães que tiverem filhos na mesma época e moram próximas – chama-se mother’s group. No primeiro mês, elas organizam encontros uma vez por semana, onde todo mundo se conhece com seus devidos bebês e promovem esses encontros com uma enfermeira como mediadora. Eu achei importantíssimo fazer parte desse grupo, primeiro porque são amizades que você pode levar pra sempre. Segundo porque achei o suporte que recebi fundamental, pois você vê que estão todas no mesmo barco, que seu bebê não é anormal porque não dorme ou porque chora muito. Isso evita muito a depressão pós parto. Depois disso, sempre organizamos um picnic ou encontros com as crianças. 

A biblioteca de cada bairro também oferece aulas de música para bebês, então conheci muitas mães por lá e hoje marcamos sempre encontros no parque, jantares, picnics, praia, etc.

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Primeira vez do Reef na praia com 2 meses

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Com o amigo Enzo e a mãe Camila na celebração de Natal no nosso bairro. O papai noel chegou de para-quedas!!

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Na cachoeira com o pai e avô depois de 15 minutos de trilha

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Com os cangurus em um parque da cidade e o avô

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Cheguei ao Mundo
 
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4 Comentários
  1. Alexsandra  10/06/2016 | 22:30

    Show!

  2. Anonimo  10/06/2016 | 23:17

    Qual a cidade na qual a Cassia mora?

  3. Cesar Mariano  23/06/2016 | 19:12

    Cheguei aqui por acaso, mas, como tenho uma irmã morando em Perth – e meu sobrinho nasceu dia 13/06/16 -, resolvi ler o post, só por curiosidade… Incrível, muito legal, parabéns!

  4. […] CHEGUEI AO MUNDO […]

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