Bebês, Parto, To Grávida

É chegada a grande hora do parto: o bebê vem por aí!

Esta, sem dúvida, é uma das experiências mais marcantes na vida da mulher. Com ela vem a expectativa de grandes alegrias, mas também vem o medo, as dúvidas, os julgamentos e a ansiedade tão comum neste momento.

E para que você possa se sentir mais forte e preparada durante a gestação, no parto e no pós-parto, compartilhamos esse texto super importante sobre as etapas do parto da nossa parceira Dra. Viviane Monteiro e do Dr. Júlio Cezar L. Alzuguir.

Confiram!

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O acompanhamento pré-natal, quando bem realizado, proporcionará uma melhor assistência ao parto, bem como maior tranqüilidade para a mulher nesta hora decisiva.

A grande dúvida que cerca a maioria das gestantes diz respeito ao tipo de parto a ser escolhido: parto normal ou cesariana? Esta pergunta costuma vir cercada de mitos, medos e dúvidas. Contudo, deverá ser levada em consideração, nesta hora, a própria indicação médica, como fator preponderante na escolha.

A indicação médica para a cesariana poderá ser feita no intuito de beneficiar a mãe, o feto ou ambos, em situações especiais onde a escolha por este procedimento deva ser valorizada. É bom lembrar que cada caso deve ser avaliado individualmente pelo obstetra, o qual levará em consideração as indicações absolutas e relativas para a realização do parto cesáreo, valorizando também, sempre que possível, o próprio desejo da grávida.

No Brasil, a cesariana se tornou uma prática bastante comum, sendo incentivada, muitas vezes, em razão da comodidade e da praticidade de poder escolher a data e a hora do nascimento do bebê.

O trabalho de parto é antecedido pelo período premonitório, caracterizado por sintomas próprios, tais como descida do fundo de útero, eliminação do muco do colo uterino, apagamento e amolecimento do colo, presença de contrações dolorosas e ainda irregulares, etc. Nesta fase, pode-se ter o diagnóstico de falso trabalho de parto, já que os sintomas podem gerar certa confusão. O intervalo entre este período e o início efetivo do trabalho de parto varia de mulher para mulher.

Uma vez iniciado o trabalho de parto, é importante conhecer os períodos relacionados a este momento. O primeiro deles é denominado “fase de dilatação do colo uterino”, o segundo é a “fase de expulsão do feto” e, por fim, o terceiro período é aquele do “secundamento” ou “saída da placenta”.

No primeiro período (fase de dilatação do colo uterino), as contrações uterinas se apresentam de forma regular e são dolorosas. As modificações do colo uterino, nesta fase, ocorrem de forma diferente entre as mulheres que já passaram por trabalho de parto anteriormente e aquelas que estão em trabalho de parto pela primeira vez. Nas primeiras, o apagamento e a dilatação do colo do útero ocorrem simultaneamente, enquanto nas outras o apagamento acontece antes da dilatação. Atingindo o colo uterino a dilatação de dez centímetros, encerra-se o primeiro período do parto e inicia-se, imediatamente, o segundo.

No segundo período (fase de expulsão do feto), as contrações se tornam mais intensas e freqüentes, impulsionando o bebê no canal do parto, o qual deve ser livre de obstáculos. Neste momento, a grávida pode vir a sofrer, involuntariamente, contrações dos músculos de sua parede abdominal, denominadas “puxos”, que também auxiliarão na expulsão do feto. Após a expulsão, tem-se o início do terceiro período do parto.

No terceiro período (secundamento), as paredes uterinas se contraem, causando o descolamento da placenta, que progride a sua descida até a expulsão. Este processo dura em torno de dez a vinte minutos, não devendo, contudo, exceder trinta minutos, quando já será considerado prolongado. Ocorre também, nesta fase, uma perda sangüínea fisiológica de cerca de 300 a 500 ml, perfeitamente tolerável pela mulher sadia.

Durante o trabalho de parto, se forma a “bolsa das águas” (bolsa constituída pelas membranas ovulares) e a sua rotura pode ocorrer de forma espontânea ou provocada. Este rompimento, em relação ao tempo, pode acontecer de maneira prematura (antes do início do trabalho de parto), precoce (no início do trabalho de parto) ou tardia (no final do período expulsivo).

Importante também é a monitorização fetal contínua ou intermitente durante o trabalho de parto, no intuito de avaliar o bem estar do bebê em todo o período, o que será feito através da cardiotocografia (avalia as contrações e a freqüência cardíaca fetal), ou, na impossibilidade deste método, através da ausculta dos batimentos cardíacos do feto por meio do sonar ou estetoscópio de Pinard.

A dor é um fator relevante a ser considerado no trabalho de parto. Uma adequada preparação psicológica e uma boa relação médico-paciente poderão ajudar a mulher na superação dos eventuais desconfortos. A analgesia peridural contínua deve ser disponibilizada à gestante quando esta desejar, obviamente mediante uma certificação da evolução adequada do trabalho de parto. Outros métodos de analgesia também podem ser utilizados, como, por exemplo, anestesia raquidiana e bloqueio regional do nervo pudendo, dentre outros, devendo ser considerados pelo médico a fase do parto, o limiar de dor da parturiente e a eventual existência de contra-indicação da mulher a algum tipo de método.

Quanto ao parto cesáreo, a anestesia regional (raquianestesia, peridural ou bloqueio combinado) é a técnica anestésica mais utilizada. Entretanto, a escolha do tipo de anestesia também varia de acordo com várias situações, tais como a indicação da cirurgia, a urgência do procedimento ou mesmo, como já referido, a existência de contra-indicação da parturiente.

Outro procedimento relevante na tentativa do parto vaginal é a possibilidade de indução do mesmo, o que pode ser realizado por meios mecânicos ou farmacológicos. Em geral, a indução é indicada em situações específicas na tentativa de acelerar o parto, a exemplo de rotura prematura da bolsa d’água, gravidez prolongada, etc.

Após o nascimento do bebê, inicia-se a fase do puerpério, caracterizada pelas primeiras seis semanas pós-parto. Nesta nova fase, a mulher vai sofrer outras alterações em seu organismo, que retornará àquelas condições anteriores à gravidez. Este período é tão importante quanto os anteriores, não devendo ser menosprezado, já que o começo da relação mãe-filho aí se estabelece, sobretudo com a amamentação. Algumas manifestações clínicas são comuns a este período, como dor (desconforto pós-parto, contração uterina durante as mamadas, postura inadequada, etc), lóquios (eliminações vaginais fisiológicas no pós-parto), elevação da temperatura corporal na apojadura (“febre do leite”) e perda de peso, dentre outros.

A alta hospitalar no parto normal ocorre, em geral, no intervalo de até 48 horas pós-parto, enquanto no parto cesáreo a alta ocorre, normalmente, no intervalo de até 72 horas após o nascimento do bebê.

É após a alta que costumam surgir muitas dúvidas e medos, e, justamente por isso, a assistência pós-natal se faz essencial tanto para a mãe quanto para a criança. Geralmente, o primeiro retorno ao obstetra se dá uma semana após o parto e o segundo trinta dias após. Nesta última consulta, o casal deve ser instruído em relação aos métodos contraceptivos, mesmo em caso de aleitamento materno exclusivo, a fim de auxiliar no planejamento familiar. Hábitos de higiene, cuidados com as mamas e orientações alimentares são alguns dos pontos que devem ser tratados com atenção depois do parto.

A mulher que deu à luz não deve se surpreender com eventuais distúrbios de seu humor, pois eles são comuns no puerpério, devido ao estresse inerente ao período. Tais distúrbios podem variar desde tristeza até depressão estabelecida (puerperal blues), sendo indispensável a busca de orientação adequada e de acompanhamento psicológico e médico. Se necessário, deve ser indicado tratamento medicamentoso. Portanto, em caso de tristeza prolongada nesta fase, é recomendável que a mulher informe seu médico obstetra.

O conjunto de informações apresentado, se presta a ajudar a mulher a desempenhar com mais desenvoltura seu papel e enfrentar os desafios relacionados ao início da maternidade. Não podemos, e nem pretendemos, esgotar o assunto e sanar todas as dúvidas que invadem a mulher nesta fase de sua vida, já que isto seria impossível, mas, sim, colaborar e oferecer instrumentos para que a gestante de hoje possa se sentir mais forte e preparada para os momentos que se seguirão durante a gestação, o parto e o pós-parto.

Preocupações e medos costumam frequentar o imaginário das mulheres que pretendem ser mães e até daquelas que se surpreendem grávidas sem nem mesmo esperar, mas, sem dúvida alguma, o desejo da maternidade feliz e bem sucedida, como realização da feminilidade em sua plenitude, sobrepuja uns e outros.

 

Dr. Júlio Cezar L. Alzuguir e Dra. Viviane Monteiro. Ela é ginecologista e obstetra – Especialista em Medicina Fetal, ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia pela CBR e mestre em Ciências Médicas UFF.
Consultório em Ipanema: (21) 2511-4478/ (21) 2259-6652

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