Amamentar é uma forma de dar saúde, carinho e proteção ao bebê; uma forma especial de comunicação entre a mãe e o filho. Ao ser amamentada, a criança aprende a se comunicar com afeto e confiança!
Mas essa também é uma fase cheia de dúvidas!
Como amamentar? Por quanto tempo?
Vejam esse ótimo texto da Dra Danielle Negri, nossa parceira pediatra, com todas as informações que precisamos para ficarmos mais seguras na amamentação.
Como amamentar seu bebê? – por Danielle Negri
O leite materno é o alimento ideal para o bebê. Até os seis meses de idade, seu filho só precisa do leite da mãe, não sendo necessária a oferta de água ou chás. Após essa primeira etapa deve ser introduzida uma dieta variada, uma vez que o leite materno não fornece mais a quantidade adequada de nutrientes. Contudo, a amamentação deve ser continuada até os dois anos ou mais.
COMO AMAMENTAR
O peito deve ser oferecido sob livre demanda, ou seja, sempre que seu filho pedir. Deixe-o mamar até que ele fique satisfeito. Cada criança tem seu ritmo, que pode variar dependendo do seu tamanho e da sua fome. O ritmo do bebê deve ser respeitado.
O recém–nascido precisa ser amamentado frequentemente nos primeiros dias, mamando de dez a doze vezes nas 24 horas. Na primeira semana, o intervalo entre as mamadas varia de uma a três horas. Alguns bebês dormem muito e, nesse caso, talvez seja melhor acordá-los para o aleitamento. Para que a criança desperte, recomenda-se retirar as roupas, trocar a fralda ou massagear seus pés suavemente, aproximando-o do peito para mamar. Após o período neonatal (primeiras quatro semanas de vida), cada bebê vai estabelecendo seu ritmo. Os intervalos entre as mamadas vão aumentando para duas ou três horas durante o dia e quatro a cinco horas durante a noite.
TEMPO DE MAMADA
O tempo de permanência no peito em cada mamada não deve ser pré-determinado, uma vez que a habilidade em esvaziar a mama varia de acordo com o bebê e, mesmo no caso de uma criança maior, pode variar ao longo do dia, dependendo das circunstâncias. O importante é que se esgote a mama, pois o leite do final da mamada (leite posterior) contém mais gorduras, o que dará à criança a sensação de saciedade e a engordará. Sempre que o bebê quiser, ofereça os dois seios em cada mamada e comece a próxima com o seio no qual o bebê mamou por último na mamada anterior.
Nos primeiros três dias de vida, o bebê mamará apenas o colostro, o que é de suma importância. Ele funciona como a primeira vacina, pois é rico em fatores imunológicos. O colostro é produzido em pequena quantidade, mas esse pequeno volume é suficiente. Tem efeito laxativo e não sobrecarrega os rins. Portanto, não se deve oferecer complemento utilizando fórmulas antes que o bebê receba o colostro.
Não existe leite fraco. Mesmo mulheres mal nutridas têm condição de produzir leite de boa qualidade.
Diversos sinais podem ser observados como indicadores de que o bebê está recebendo uma boa quantidade de leite materno. São eles:
- O bebê mama pelo menos oito vezes por dia.
- Molha pelo menos seis fraldas e evacua de três a oito vezes por dia em 24 horas.
- A mãe sente o peito esvaziar.
- O bebê ganha peso.
Não há necessidade de limpeza das mamas após cada mamada, sendo suficiente a aplicação de pequena quantidade do próprio leite nos mamilos, além da exposição ao ar e, se possível ao sol.
FATORES DECORRENTES DA AMAMENTAÇÃO
- Fezes líquidas
Bebês alimentados ao seio costumam ter fezes líquidas (reflexo gastrocólico). Isso é normal, pois o leite chega ao estômago e desencadeia um reflexo de esvaziamento rápido do intestino. Nos primeiros dois meses, o bebê pode evacuar até oito vezes por dia. Depois, esse intervalo se torna bem maior, de 24 a 48 horas. - Icterícia do leite materno
Entre a terceira semana e o terceiro mês de vida, mais ou menos 1% dos bebês apresentam icterícia, que é a colocação amarelada da pele e das mucosas. Esse evento não costuma ser intenso e é benigno, não necessitando tratamento. Após o terceiro mês, desaparece sem deixar sequelas. - Mamilos invertidos
Mamilos planos ou invertidos podem dificultar a amamentação. O uso de conchas de silicone pode ser necessário, porque normalmente elas ajudam a formar o bico dos seios. - Cólicas
Aparecem no final da primeira semana de vida e são causadas pela imaturidade enzimática do intestino, que acarreta fermentação e gases. A relação da dieta materna com esses problemas é discutível, e não se aconselha oferecer chás entre as mamadas. Remédios contra gases têm pouca eficácia. As cólicas desaparecem ao final do terceiro mês, e a melhor medida é acalmar o bebê para que ele elimine os gases. - Fissuras e rachaduras
São causadas pela posição incorreta da pega. Para evitá-las, além de corrigir a pega, deve-se utilizar o próprio leite, no final da mamada, para hidratar e lubrificar a pele dos mamilos. É aconselhável deixá-los expostos ao ar e ao sol. Não é indicado o uso de casca de banana ou mamão para tratamento dos mamilos.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que o aleitamento materno exclusivo seja praticado até o sexto mês de vida. A partir daí devem ser introduzidos novos alimentos sem a suspensão da mamada do peito, que deve se estender até os dois anos. Deve-se ressaltar que a criança maior que ainda vai ao peito não o faz por necessidade nutricionais, e sim, afetivas. Desta forma, esse prazo final não deve ser visto com rigidez, e a interrupção deve ser feita de maneira progressiva e atraumática, sem danos emocionais para a mãe ou para o bebê.
Se você sentir alguma insegurança, consulte o pediatra.
Dra. Danielle Negri é Pediatra/Neonatologista – Médica Supervisora UTI Neonatal Perinatal Barra
Consultório – (21) 2512-8409
dradani@daniellenegri.com.br – www.daniellenegri.com.br
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