Educação dos Pequenos, Mamães & Papais

Seu filho sabe que antes de vencer ele pode falhar?

Como pais queremos que os nossos filhos sempre vençam e não sofram com perdas, falhas e tristezas. Mas, por outro lado, precisamos mostrar também que é possível errar e começar de novo; que não conseguir algo não significa uma derrota. Eles precisam saber que é normal cometer erros, concordam?
Mas como achar esse equilíbrio? Vejam que interessante o texto da nossa parceira psicóloga Mônica Pessanha sobre como devemos agir em situações de falhas à medida que nossos filhos crescem.
Upset problem child with head in hands sitting on staircase conc

Recentemente minha filha chegou em casa e relatou-me uma experiência que aconteceu com ela na escola. Na aula de xadrez havia uma competição, no último instante do jogo, ela foi a responsável pelo movimento estratégico da peça que poderia garantir ao grupo a vitória. Infelizmente, sua jogada não foi tão estratégica assim e o time acabou perdendo o jogo. Indignadas as amigas do time param de falar com ela. Daí perguntei para minha filha o que ela respondeu e como ela reagiu. Ela afirmou para as amigas que perder também faz parte do jogo, mas as meninas disseram que não sabiam perder.

Esse episódio nos serve de alerta para uma questão crucial na atualidade: estamos acostumados a sempre ver o sucesso das pessoas como resultado final e não como processo. Nós enxergamos o imediato, aquilo que nos olhos nos mostram no momento. Nós não queremos saber como foi o processo e se caso estivéssemos interessadas, ficaríamos surpresos de saber que houve muitas derrotas antes. O fato é que, nós, adultos e em especial, pais acabamos transmitindo essa forma de pensar a nossas crianças.

Como pais queremos que nossos filhos experimentem todas as coisas que não tivemos a oportunidade de experienciar. Ao mesmo tempo, também não queremos que nossos filhos experimente as dores, tristezas e decepções  que passamos. A pergunta é: como achar o equilíbrio entre esses dois polos?

Primeiramente, é preciso lembrar que nossos filhos precisam de altas expectativas. No entanto, tenha em mente que as crianças devem alcançar essas expectativas utilizando o máximo de sua capacidade. Nesse processo, precisamos lembrá-las de que é possível errar e começar de novo; que não alcançar uma meta agora não significa que ela jamais será alcançada. É claro, que não vamos gerar baixa expectativas para nossos filhos para que consigam alcançar o que desejam mais facilmente. Isso seria muito ruim. Mas é preciso lembrar que há uma diferença entre esperar o melhor e demandar o melhor. A diferença é a nossa reação. Seu filho sabe que é normal cometer erros? Sabe que pode corrigi-los?

Em suma, qual é a grande mensagem aqui que vocês como pais devem ter em mente? O pintinho precisa quebrar a casca do ovo sozinho. É isso que vai dar forças para ele. Mas como devemos agir como pais à medida que nossos filhos crescem? Em muitos momentos, precisamos dar um passo atrás e deixar que nossos filhos obtenham a força necessária para enfrentar os desafios da vida, mesmo que isso possa nos machucar um pouco.

 

Mônica Pessanha é psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mãe da Mel, uma menina que adora desenhar, mantenedora das Brincadeiras Afetivas (Oficina terapêutica entre mães e filhos(as) – www.facebook.com/brincadeirasafetivas
Atende no Morumbi – SP – monicatpessanha@hotmail.com / (11)965126887 e (11)37215430 – Orientação e aconselhamento para pais por Skype.

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