Bebês, Saúde

Alergia respiratória: Como proteger nossos pequenos?

O que de fato é a alergia respiratória? Muitas vezes ouvimos que alguns sintomas apresentados pelos nossos filhos podem ser reações alérgicas, mas o que isso significa?

A pediatra Danielle Negri detalhou para o blog as características, causas e medidas para o controle das alergias respiratórias. Quando um dos pais tem uma alergia, o risco do filho também ter algum tipo é quatro vezes maior!!

Texto importante e esclarecedor para proteger nossos pequenos.

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É fácil saber se o seu filho tem predisposição genética a alergias: basta olhar o histórico familiar. Segundo o International Study of Asthma and Allergies (ISAAC), quando um dos pais tem uma alergia, o risco de o filho também ter algum tipo é quatro vezes maior. Se o casal tiver o problema, o risco para a criança passa a ser sete vezes maior. Mas isso não quer dizer que ele terá alguma crise logo nos primeiros meses de vida. Normalmente, os primeiros acessos de alergia ocorrem antes dos dez anos de idade, mas podem aparecer até na fase adulta

A alergia é uma reação exagerada do organismo após exposição a um fator desencadeante presente no meio ambiente. Ela é determinada por fatores genéticos e ambientais e, geralmente, a alergia tem início na infância e pode continuar pela vida adulta. Quando não controlada, a alergia pode causar infecções frequentes, como otites, sinusites, amigdalites e pneumonias. Pode comprometer o sono, o crescimento e o desenvolvimento da criança, e também o rendimento escolar e no trabalho.

Com a idade, a alergia tende a melhorar, desde que se faça um controle eficiente do ambiente identificando-se o fator de risco que desencadeia aquela reação através de testes alérgicos e observação da criança. Mais importante do que tratar a criança é interromper o contato da criança com o agente agressor.

Causas de alergia

Alérgenos: são os fatores aos quais a criança é alérgica por determinação genética. Os mais frequentes são ácaros da poeira doméstica, fungos presentes no mofo, pelos de animais domésticos como cães e gatos, penas de pássaros, baratas, gramíneas e pólens.

Infecções: vírus causadores do resfriado e da gripe são frequentes desencadeadores de alergia, especialmente em crianças pequenas.

Irritantes: são os fatores aos quais a criança não é alérgica, mas que podem desencadear alergia por irritação da mucosa. Os mais comuns são fumaça de cigarro, tintas, perfumes, produtos químicos de limpeza, derivados de combustíveis e quaisquer outros poluentes com odor forte.

Físicos: exercício físico, fatores emocionais, mudança brusca de temperatura, ar frio, ar seco e umidade.

 

Manifestação Clínica

A alergia pode comprometer os olhos (conjuntivite alérgica), o nariz (rinite alérgica), os pulmões (asma ou bronquite alérgica), a pele (urticária e dermatite atópica) e o sistema cardiocirculatório, este com elevado risco de morte. A maioria das pessoas alérgicas apresenta associação de duas ou mais manifestações como, por exemplo, rinite alérgica e asma.

 

Prevenção da alergia

A identificação do alérgeno é o primeiro passo da prevenção. Nenhum tratamento será eficaz se o alérgeno não for afastado.

 

Como controlar o ambiente

Contra os ácaros:
 colocar capas antiácaros (de plástico, couro ou vinil) no travesseiro e colchão;
 limpar as capas com pano úmido a cada duas semanas;
 trocar roupas de cama pelo menos duas vezes por semana e lavar em água quente uma vez por semana;
 armazenar livros e brinquedos em caixas fechadas, fora do quarto da criança;
 retirar carpetes, tapetes e bichos de pelúcia dos cômodos onde a criança mais fica;
 trocar cortinas por persianas ou usar cortinas de algodão lavável;
 lavar semanalmente os filtros de ar-condicionado;
 manter boa ventilação para diminuir a umidade;
 limpar a casa com pano úmido diariamente. Evitar produtos de limpeza, espanadores e vassouras. Recomenda-se o uso de sabão de coco;
 soluções antiácaros (ácido fênico 5%, por exemplo) podem ser utilizadas no piso, móveis e estofados.

Contra baratas:
 as refeições devem ser realizadas apenas na área da cozinha;
 os alimentos devem ser imediatamente armazenados em recipientes fechados após o término das refeições;
 pratos e talheres devem ser imediatamente lavados após o término das refeições;
 restos de alimentos devem ser evitados;
 o lixo deve ser eficientemente fechado e retirado da casa todas as noites;
 limpar semestralmente caixas de gordura e fechar os ralos de drenagem;
 caso estas medidas não sejam suficientes, recomenda-se dedetização por profissional habilitado.

Contra fungos:
 manter boa iluminação e ventilação na casa;
manter boa drenagem de água na casa e ao redor dela;
 retirar móveis velhos e plantas velhas da casa;
 usar desumidificador nos locais úmidos da casa;
 checar o encanamento, para que não ocorram infiltrações nas paredes;
 soluções antifungos (água sanitária, por exemplo) podem ser utilizadas nas paredes e em armários para remoção do mofo.

Animais domésticos:
 manter cães e gatos em áreas de fácil limpeza, evitando sua presença em quartos e cômodos com carpetes;
 manter os pelos dos cães sempre curtos e lavá-los com xampu semanalmente;
 dar banho em cães e gatos sempre que possível;
 manter pássaros em locais distantes dos cômodos da casa;
 é importante ressaltar que o ideal é que os animais domésticos sejam retirados da casa.

Medidas gerais:
 evitar fumar dentro de casa;
 evitar quaisquer outras substâncias irritantes na casa (tintas, perfumes, produtos de limpeza, etc.).

 

Dra. Danielle Negri é Pediatra/Neonatologista – Médica Supervisora UTI Neonatal Perinatal Barra
Consultório – (21) 2512-8409
dradani@daniellenegri.com.br – www.daniellenegri.com.br

Cheguei ao Mundo
 
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