Vocês já ouviram falar em Sinéquia vulvar? Recebemos outro dia um e-mail de uma mãe leitora do blog assustada com o diagnóstico que a filha de 9 meses recebeu e fomos atrás de mais informações. A Sinéquia vulvar é muito mais comum do que imaginamos e ainda é desconhecida por muitas mães.
Conversamos com a nossa parceira e obstetra Dra. Viviane Monteiro para entender o que é Sinéquia vulvar e quais são as possibilidades de tratamento. Confiram as informações!
A fusão dos pequenos lábios é uma situação clínica comum, benigna, adquirida e frequente na pediatria. Também chamada de coalescência ou adesão dos pequenos lábios ou sinéquia vulvar, o problema ocorre em cerca de até 5% das meninas antes da adolescência, tendo um pico de incidência nos primeiros 2 anos de vida.
Estima-se que a grande maioria dos casos não seja relatado e, por isso, a prevalência verdadeira seria de quase 40% das meninas até o período pré puberal. Essa é uma situação clínica em que normalmente as meninas não apresentam sintomas e consiste na aderência dos pequenos lábios, levando a uma obstrução parcial ou total do canal vaginal.
Geralmente o problema é identificado pelos pais na troca de fraldas ou na consulta com o pediatra. As causas ainda não são bem conhecidas, porém higiene inadequada, uso de fraldas, sabonetes irritantes, trauma e infecções locais podem levar a formação de aderências. Além disso, o nível mais baixo de estrogênio também tem sido considerado o fator mais importante para a ocorrência da sinéquia vulvar. Ao identificar, é indispensável a higiene íntima, porém, mesmo com cuidado adequado, pode ocorrer dificuldade para urinar, retenção ou incontinência urinária, infecção urinária e inflamação.
Em muitas meninas o problema se resolve espontaneamente até a puberdade, devido ao aumento do nível hormonal. Não há um tratamento único, devendo ser avaliado caso a caso, inclusive a possibilidade de apenas ir observando e aguardar o crescimento até a puberdade.
Possibilidades de tratamento:
– Resolução espontânea – Os pais devem ser orientados quanto à higiene, tendo uma taxa de cura elevada até o período puberal;
– Medicamentos e Pomadas a base de estrogênio – Em casos sintomáticos, são usados cremes à base de hormônio estrogênio massageando no local, de acordo com recomendação médica.
– Cremes corticoide (betametasona) – Deve ser evitado em crianças em uso de fraldas; podem ter efeitos colaterais secundários. Segundo alguns estudos, a resolução pode ser mais rápida e com menor recorrência se comparado ao uso dos estrógenos.
– Cirurgia – Sob anestesia local ou geral; reservada aos casos mais acentuados, que não responderam aos tratamentos anteriores.
Dra. Viviane Monteiro é ginecologista e obstetra – Especialista em Medicina Fetal, ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia pela CBR e mestre em Ciências Médicas UFF.
Consultório em Ipanema: (21) 2511-4478/ (21) 2259-6652