Infância é sinônimo de diversão, brincadeira e também imaginação. Segundo a psicóloga Mônica Pessanha, parceira do blog, é com 2 anos de idade que as crianças costumam entrar em contato com o mundo da fantasia, do “Era uma vez…” e do “faz de conta”. E é nessa fase da vida que surge o amigo imaginário e a criança vai aprender a diferenciar pessoas reais das inventadas.
Vejam que interessante o post de hoje em que a Mônica compartilhou com a gente um texto sobre os amigos imaginários dos nossos pequenos! Confiram!
Para tranquilizar o coração dos pais, basta saber que é perfeitamente saudável que crianças em idade escolar tenham amigos imaginários. Algumas pesquisas científicas têm apontado que as crianças que têm amigos imaginários estão à frente na aprendizagem e desenvolvimento social.
E no fundo elas fazem isso porque é muito divertido!
Quem se lembra da música que os Backyardigans cantavam todas as vezes que ia começar o desenho? Vamos lembrar?
“Temos o mundo inteiro no nosso quintal, sempre encontrando coisas novas pra brincar. Todos os dias nós vamos contar com os amigos.”
Esse trecho diz muito de como as crianças se divertem e elaboram seus pensamentos. No desenho era possível ver que de um segundo para ou outro o quintal ganhava todos os “acessórios” necessário para a brincadeira; um tronco de árvore passava a ser uma barco. Isso é imaginar, o brincar é imaginar.
Quando as crianças criam mundos em suas cabeças, elas estão flexionando regiões vitais do cérebro. É como se elas praticassem antes de concluírem ações importantes, como respeitar as trocas de interlocutores em um diálogo e fazer amizades. Parece que as crianças se tornam amigas muito facilmente, mas essa é uma visão que os adultos têm por que já passaram por isso, mas no geral leva tempo para a criança fazer amizade. Assim, uma forma de ajudá-la a si mesmo é dialogar com os amigos imaginários, introduzindo nas brincadeiras objetos, como bonecas, carrinhos, super-heróis, lençóis, etc.
O que é bom sobre amigos imaginários?
1- Algumas crianças têm um novo amigo a cada semana, enquanto outros mantêm o mesmo – ou mais – por anos.
2-As crianças sabem que eles não são reais, existem para que possam brincar e desenvolver habilidades de linguagem e sociais.
3-Eles vêm em todas as formas e tamanhos e podem ter personalidades e comportamentos muito diferentes. Eles ajudam a consolidar a imaginação e a criatividade das crianças.
4-Eles oferecem mais do que apenas diversão e companheirismo. Eles existem na imaginação dos pequenos para trabalhar questões da vida real e proporcionar conforto em um mundo que às vezes parece ser assustador. É como se ajudasse as crianças a compreender o mundo, antes de vivenciá-lo. Amigos imaginários podem ser uma janela útil para o que seu filho está sentindo.
5-Apesar de ser uma parte natural do desenvolvimento infantil, e seja mais comum para os filhos únicos ou que nasceram primeiro, isso não significa que eles estão tentando preencher um vazio. Na verdade, muitas vezes o amigo imaginário está ajudando as crianças a se tornarem mais sociáveis e criativas, pois elas podem praticar habilidades verbais e reforçar a confiança.
Alguns pais preocupados com esse “fenômeno” tendem a tentar conhecer o amigo imaginário fazendo inúmeras perguntas,mas estudos científicos têm comprovado que quanto mais se busca saber sobre amigos imaginários, mais rápidos eles desaparecem.
Então, quando você ouvir o seu filho tagarelando no ar é melhor não intervir. É interessante para o desenvolvimento saudável da criança manter o seu companheiro imaginário vivo.
A criança por si mesma, tende a se desligar do amigo imaginário à medida que vai conquistando amigos na escola. E na fase adulta nem vão se lembrar que tinham amigos imaginários; essa memória ficará para os pais. No entanto, mesmo que os adultos não consigam se lembrar deles, o processo que usaram na infância para criá-los, são os que usam para lidar com suas relações afetivas, inclusive no campo profissional. Vale lembra que a imaginação não é algo insignificante, é uma habilidade a ser desenvolvida.
Mantenha em mente que os amigos imaginários são uma parte normal do desenvolvimento de uma crianças. Permitir que a criança viva essa fantasia, pode transformá-la em adultos mais criativos, seguros e socialmente bem relacionáveis porque será na infância que ela irá vivenciar vários papéis e experimentar vários cenários.
Abracem os amigos imaginários de seus filhos e deixe-os fazer parte da família enquanto eles durarem.
Mônica Pessanha é psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mãe da Mel, uma menina que adora desenhar, mantenedora das Brincadeiras Afetivas (Oficina terapêutica entre mães e filhos(as) – www.facebook.com/brincadeirasafetivas
Atende no Morumbi – SP – monicatpessanha@hotmail.com / (11)965126887 e (11)37215430 – Orientação e aconselhamento para pais por Skype.