Quanto a gente menos espera, lá está a perninha pelo lado de fora do berço querendo explorar o mundo para desespero das mães. Aquele bebezinho que antes cabia no berço já está mais crescidinho.
E aquela vontade deles de escalar e pular para fora que nos apavora?
Mudar do berço para uma cama parece uma tarefa fácil, mas requer paciência e muita certeza para não gerar preocupações na criança. Vejam que interessante o texto e as dicas da nossa parceira psicóloga Mônica Pessanha, sobre a hora certa de fazer a mudança do seu pequeno do berço para a cama. Confiram!
Não existe um momento certo para essa troca, mas no geral acontece a partir dos 2 anos, porque nessa idade as crianças tendem a acordar e querer explorar o mundo que as cerca. Há de se convir que ficar esperando no berço não é um comportamento fácil para uma criança.
Parece que o berço traz uma segurança para os pais. É como se a criança estivesse mais protegida nele. E de fato essa é uma vantagem ao dormir no berço. O berço oferece proteção contra alguns riscos – mantém outras crianças a distância e pode manter os animais afastados do bebê (embora gatos ainda possam conseguir entrar no berço). O berço torna-se um lugar importante para a criança – um espaço que é ‘propriedade’ dela. E no geral, o bebê percebe o berço como um lugar reconfortante e feliz.
Ao fazer a mudança vale pensar se a criança está pronta para isso. De alguma forma ela vai mostrando sinais que indicam maturidade para sair do berço para cama. Um dos grandes sinais é se ela já sabe subir ou descer do berço. No decorrer do desenvolvimento cognitivo esse aprendizado deve ocorrer por volta dos 12 meses e meio.
Dicas importantes
- Tente escolher um momento em que não haja muito estresse familiar. Por exemplo, evite fazer a mudança quando se mudou recentemente de uma casa para outra, pois as crianças precisam que algumas coisas na sua rotina permaneçam as mesmas, quando há um monte de outras coisas mudando.
- Além disso, evite fazer a alteração quando um novo bebê vem para a família. Pode parecer que o novo bebê está tomando algo da criança, se o bebê é colocado no berço e ao mesmo tempo em que a criança passa a dormir na cama. A mudança da criança do berço para a cama pode ser menos complicada, se o processo acontecer várias semanas antes de o bebê novo nascer.
- Se a criança não estiver bem ou doente, talvez seja melhor esperar até que ela se sinta bem para efetuar a mudança.
Que tipo de cama?
Muitas vezes, a criança vai ser movida para uma cama só sua, mas em algumas famílias a criança vai dividir a cama com outras crianças na família (isso pode ser uma coisa muito reconfortante para crianças pequenas, até porque elas amam compartilhar a cama).
Quando uma criança consegue fazer a transição do berço para a cama, é importante pensar sobre segurança. Assim como as crianças podem ser capazes de saltar para fora da cama (o que muito é divertido e um comportamento muito normal da criança), as crianças podem rolar para fora dela, enquanto estão dormindo. Lembre-se de que antes, no berço, o cérebro não precisava se preocupar com isso, então levará tempo para se adaptar. Para o desenvolvimento seguro, vale investir numa cama bem baixinha ou com protetores laterais. O quarto montessoriano é perfeito para essa fase de transição, pois além de estimular o desenvolvimento cognitivo é também mais seguro.
Beliches podem não ser seguras para as crianças, mesmo se a cama inferior for aquela em que eles vão dormir. As crianças vão querer subir na cama superior, o que pode ocasionar acidentes mesmo quando elas estão acordadas brincando.
Ajudar as crianças a fazerem a mudança
Muitas crianças ficam animadas com a mudança, pois é um sinal de que estão ‘crescendo’. Mas para algumas crianças a mudança pode ser estressante. Nesses casos, seguem algumas dicas:
- É bom conversar com a criança poucos dias antes da mudança (um ou dois dias é provavelmente o bastante, como as crianças têm muito pouca compreensão do tempo). Falando com muita antecedência, pode gerar ansiedade-aquela preocupação exagerada com o futuro.
- Deixe a criança fazer parte desse processo, escolhendo a cama, lençóis e até testando colchões nas lojas. Isso poderá ajudá-la a desenvolver autonomia e a criar um vínculo com o novo quarto.
- Algumas crianças gostam de usar os acessórios da cama antiga na nova. Isso é bem natural nesse processo de troca. Deixem-nas fazê-lo até sentirem que essa cama também é especial.
- Continue com as mesmas rotinas ao “ir para a cama” – rituais habituais, tais como histórias de ninar, afagos e beijos.
- Se seu filho tem um brinquedo especial ou cobertor, certifique-se de que esteja ao seu alcance em sua cama nova.
- A meia luz (por exemplo, aquelas que encaixamos na tomada) pode ajudá-la na verificação de onde ela está, quando acordar durante a noite.
Se seu filho não está pronto para fazer a mudança, não há necessidade de persistir. Talvez você possa deixar a cama nova arrumada ao lado do berço. É bem provável que a criança brinque durante o dia na cama e à noite suba no berço, até se ver pronta para a mudança
Se, apesar de todas as suas preparações, o seu filho insistir que ele ainda quer dormir em seu berço e o choro for prolongado, vale considerar se há tensões nas emoções das crianças, tais como medo. Ai vale até buscar um profissional para ajudar nessa transição. Identificando e ajudando a criança provavelmente o problema será resolvido.
Os pequenos de 1 ano e meio à 2 anos estão, na grande maiorias das vezes, bem dispostos a fazer essa mudança e vão gostar de fazer parte de todo esse processo. Para eles é um sinal tangível de independência e vão lutar por ela.
Mônica Pessanha é psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mãe da Mel, uma menina que adora desenhar, mantenedora das Brincadeiras Afetivas (Oficina terapêutica entre mães e filhos(as) – www.facebook.com/brincadeirasafetivas
Atende no Morumbi – SP – monicatpessanha@hotmail.com / (11)965126887 e (11)37215430 – Orientação e aconselhamento para pais por Skype.
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