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Amamentação exclusiva de gêmeos: sim, é possível!

Se amamentar um bebê não é simples, imagina dois…. A nossa convidada do “Ligeiramente Grávida”de hoje é a querida Mariana Queiroz, mãe dos gêmeos fofíssimos Nuno e Olivia e jornalista da Globonews.

A Mariana dividiu com a gente um texto lindo e super importante sobre os desafios, a persistência, dedicação, o apoio do marido e a alegria de conseguir seguir com a amamentação exclusiva dos seus bebês. Obrigada por compartilhar com a gente, Mari! Confiram!

Bem, antes de falar aqui sobre a minha experiência, já posso dizer que não sou uma heroína e a amamentação, pra mim, foi cercada de dificuldades.

Por outro lado, também preciso dizer que a amamentação depende da nossa persistência, paciência e dedicação.

Quando Nuno e Olivia nasceram, eu estava muito apreensiva e muito ansiosa para amamentá-los.

Já tinha ouvido relatos de amigas sobre várias dificuldades. No meu caso, eu sabia que o desafio seria ainda maior: eram gêmeos.

Ainda no hospital, minutos dos bebês chegarem no quarto, vieram também duas enfermeiras, cada uma com uma mamadeira na mão. Olhei pra elas e me assustei. Perguntei por que estavam trazendo complemento. Elas me responderam que o pediatra havia recomendado por conta do risco de hipoglicemia, principalmente para a Olivia que era menor. Questionei então se o leite poderia ser dado no copinho e elas disseram que sim.

Ainda no hospital, eu e meu marido conversamos e falamos mais uma vez com o pediatra. Decidimos tentar a amamentação exclusiva. Nada de complemento, nem de copinho. Caso eles não ganhassem peso aí sim, iríamos recorrer.

Passaram os primeiros dias e as dificuldades apareceram. Apesar de todo meu cuidado durante a gravidez com os seios (tomei banho de sol, comprei a pomada específica para ajudar na cicatrização) os dois bicos começaram a ficar muito machucados. Todos me diziam que a “pega” dos bebês estava errada. Chamei então uma consultora de amamentação e ela me garantiu que eles estavam mamando perfeitamente.

A questão era mesmo a sensibilidade do meu peito. Sempre pensando que no caso de gêmeos, não temos como “revezar” os seios. O tempo todo “usamos” os dois peitos.

Com a ajuda de uma enfermeira, decidimos fazer a translactação com meu próprio leite. Eu tirava leite com uma bombinha, colocava num recipiente de onde saia uma sonda. Esta sonda ficava encostada no bico do seio e os bebês mamavam ao mesmo tempo o meu leite saindo do peito e o leite que estava no recipiente. Meu objetivo era um só: fazer o tempo da mamada diminuir. Isso porque meu peito já estava sangrando, então quanto menos tempo sentindo dor, melhor.

Muitas vezes essa estratégia deu certo. Outras vezes, nem tanto. Nesses casos, eu encarava a dor, respirava fundo, chorava e seguia em frente.

Uma tentativa de alívio foi o bico de silicone que também usei durante algumas mamadas. Mas seguindo a orientação da enfermeira, não fiz isso de forma recorrente para que os bebês não se acostumassem apenas com ele. Outro motivo era também fazer com que o peito ficasse calejado, resistente às mamadas.

Foram 15 dias de dor, até que finalmente comecei a ver melhora. Os seios já não sangravam, a dor diminuía…e assim, eu começava a curtir a amamentação.

Consegui o que pra mim parecia impossível. Amamentar os dois ao mesmo tempo. Era o ideal! Eu ganhava tempo e ficava menos cansada.

Mas com o passar dos dias, o fantasma da cólica apareceu e amamentar os dois ao mesmo tempo virou uma tarefa impossível. Durante a mamada, eles choravam, se debatiam e acabavam atrapalhando um ao outro.

Tive então que passar a amamentar um de cada vez. Tinha a sensação de morar no sofá da sala! Com o tempo, o cansaço foi batendo, principalmente por conta das longas horas na madrugada.

Foi difícil encontrar uma logística que funcionasse, mas meu marido também topou o desafio, o que foi essencial.

Desde então, fazemos assim: eu pego o primeiro bebê para mamar, quando ele termina, meu marido o coloca para arrotar e trocar a fralda. Ao mesmo tempo, eu já pego o segundo bebê. E começo todo o processo.

Realmente, não é fácil. É cansativo, gastamos muito tempo.

Mas hoje, a nossa “equipe”, no caso a nossa dupla, funciona muito bem. Nuno e Olivia mamam só no peito, e estão crescendo fortes e saudáveis.

Acreditamos que fizemos a melhor escolha ao não dar o complemento no início, principalmente ao não dar a mamadeira. Eles poderiam acabar, mais pra frente, rejeitando o peito. Percebemos também que valeu a pena vencer os limites da paciência e do sono. Nuno e Olivia estão lindos, crescendo saudáveis.

Acho que cada um tem que agir de acordo com o seu limite e, de certa forma, se livrar das cobranças dos outros. Eu “investi” na amamentação exclusiva porque é uma crença minha, algo em que eu acredito que faz muita diferença na vida dos meu filhos. Mas cada caso tem suas características, suas dificuldades.

Na verdade, tenho certeza que todas nós mães somos mesmo heroínas. A amamentação ensina para gente a pensar no outro, a não ser egoísta, a respirar fundo e ter paciência. Em troca, uma enxurrada de amor e carinho. E rostinhos apaixonados olhando para gente durante horas. Vale muito a pena!!

Mariana

Cheguei ao Mundo
 
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3 Comentários
  1. Luciane  12/03/2018 | 14:01

    Parabéns para a Mariana, realmente não é fácil, mas ela foi perseverante e merece sim se sentir uma heroína. Também tenho gêmeos. Amamentei exclusivamente até os 6 meses (nesse período houve a introdução alimentar) e continuei amamentando até completarem 1 ano e 8 meses.

  2. Ivna  29/04/2018 | 21:38

    Muito legal! Essa metodologia da sonda é super interessante. Evitar dar chupeta e mamadeira é super importante para que o pequeno não “desaprenda” como mamar. Para as mamães que estão voltando a trabalhar, há locação de bombinhas super eficientes. E o leite pode ser congelado e na hora da refeição do pequeno, pode ser dado com copinho. Consulta lá com sua pediatra. Essas bombinhas imitam os estímulos que o bebê realizam quando estão no peito. Checa lá em http://www.sofiababy.net

  3. Rubem Queiroz Cobra  24/10/2018 | 14:16

    Mariana.
    Se você pertence à família Queiroz de Ouro Preto, Mariana, e Passagem de Mariana, em Minas Gerais (originária de Braga, Pt), eu gostaria de incluir seu nome, de seu marido, de seus filhos, e de seus pais e avós, na minha página de genealogia “Contribuição à Genealogia dos Queiroz (Queirós) de Mariana, MG” (www.cobra.pages.nom.br/gen-queiroz.html).
    Cordialmente,
    Rubem Queiroz Cobra

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