Que mãe nunca passou pela experiência de ter que lutar contra um monstro enorme? As crianças passam por fases incríveis, e cabe a nós, adultos, ajudá-las a viver cada fase da melhor maneira possível.
Conversamos com a psicoterapeuta infantil Mônica Pessanha sobre o assunto e ela fez um texto super interessante com dicas para que a fase do medo possa ser superada de forma tranquila pelos nossos filhos! Vale a pena ler!
Mãeeeeee, tô com medo!!!!!! – por Mônica Pessanha
A fase do medo pode ser para algumas mães um motivo de preocupação, pois o medo pode assumir diferentes formas: de monstros, de escuro, de animais, de ficar sozinho e da morte. Mesmo sabendo que não há um monstro embaixo da cama é importante respeitar o medo que as crianças sentem. Por que? Porque ela sentem. Não é invenção. De fato, monstros como bicho papão não existem, mas é na imaginação da criança que ele mora. O que ela imagina dá medo. No escuro, por exemplo, há uma chance apenas que essas imagens de sua imaginação ganhem formato, e aí “mãêêê”!
O ideal é que essa fase seja superada de forma tranquila até mesmo para as mães. Se o medo tomar conta da vida da criança, fazendo com que ela não durma bem, chore por muito tempo ou até não consiga se relacionar com seus pares, pode ser que seja necessário a ajuda de um profissional para ajudá-la a diferenciar o medo real do imaginário. Experimentar o medo ainda criança pode ajudá-la a desenvolver ações para defender-se no futuro.
As mães não precisam achar que são história, filmes ou programas de TV que, em geral, causam nas crianças angústias, medos e conflitos. Vale lembrar que esses são sentimentos em que as pessoas vivenciam naturalmente em suas vidas. As histórias podem, na verdade, ajudar a criança a encontrar respostas para suas mais profundas dúvidas. Nada melhor do que uma massagem e uma história na hora de dormir para ajudar a relaxar as crianças que passam por fases de ter medos associada à noite e ir para a cama.
Como ajudar as crianças:
1. Levar a sério o medo da criança
Uma criança incompreendida pode ter seus medos elevados. Não ignore nem provoque o medo, isso é construir insegurança, e acredito que nenhum pai nem mãe deseja um filho inseguro. Talvez essa fase seja uma ótima oportunidade para ajudá-los a desenvolver confiança e a habilidade para superar e enfrentar dificuldade. Conversar com a criança, deixando com que fique a vontade para expressar os detalhes é uma ótima maneira, para ela mandar os monstros embora.
2. Mostre que estão seguros
Algumas crianças sentem medo de ficarem longe dos pais. Elas se põem a chorar copiosamente ao irem para escola, por exemplo. Tranquilizar dizendo que essa “separação” faz parte da rotina é uma boa maneira de amenizar esse tipo de medo. Fale que quando voltar da escola vocês vão brincar juntos, deixe-os perceberem que haverá reencontro, incentive-os a pensarem em coisas que podem fazer juntos quando voltarem da escola. Criem um calendário de rotinas, evidencie no calendário os horários que estão juntos.
3. Despoluir a hora de dormir
Além de toda agenda que nossas crianças possuem, muitas chegam em casa e vão direção aos computadores e tabletes. Com um hábito ruim é bem provável que seja mais difícil concentrar-se na rotina do sono. “Despoluir” o sono não é uma tarefa fácil, mas é fundamental. Criem rituais, contem histórias. Não evidenciem aspectos assustadores das história infantis, apenas conte. A criança por si só elabora pensamentos para lidar com os elementos conflitantes. Vale lembrar que a criança não precisa dormir no escuro se isso para ela é um incomodo. Ter um ponto de luz, como essas lâmpadas de tomada, pode significar uma oportunidade de lidar com o medo do escuro de forma gradativa. Um bichinho de pelúcia também pode ser reconfortante.
4. Suas experiências valem muito
A melhor forma de ajudar os filhos em suas dificuldades é falar sobre as experiência que passamos e como passamos por elas. Para sermos bons pais, não podemos nos vestir da roupa da coragem sem antes ter sentido medo. Todos sentimos medo antes sermos corajosos. Conte a seus filhos como se livraram do medo. Recentemente, uma mãe me contou que seu filho de 6 anos sentia muito medo de trovões e raios, ao ponto de chorar ao perceber que a chuva ia começar a cair. Esse medo é real, um raio pode machucar. Aí está o bom momento de resgatar da memória o que fazíamos para diminuir o medo assustador na hora da tempestade. Eu, particularmente, me cobria com um lençol e ficava cantarolando, até que um dia ganhei coragem para ficar olhando os raios “cortarem” o céu .
No filme Monstro S.A., há uma temática cujo o objetivo era sugar energia por meio do trabalhos assustadores. As crianças, ao se assustarem com os monstros, gritavam e esse grito é transformado em energia. Aos poucos a fonte de energia, o medo, dá lugar a uma fonte muito mais forte e eficaz, os risos.
Que sejamos fortes e firmes para ajudarmos nossas crianças a transformarem medo em risos!
Mônica Pessanha é psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mãe da Mel, uma menina que adora desenhar, mantenedora das BRINCADEIRAS AFETIVAS (Oficina terapêutica entre mães e filhos(as)) – www.facebook.com/brincadeirasafetivas
Atende no Morumbi – SP – monicatpessanha@hotmail.com / (11)986430054 e (11)37215430
Amei o texto e hoje mesmo passei por uma experiência com minha filha de 4 anos que é a terceira de cinco filhos. Falei pra ela que não precisa ficar com medo de estar na escola sem mim poisna saíd vou estar lá esperando por ele de braços abertos e vou agarrá-la e dar um brijk bem gostoso depois que ela correr bastante pra me abraçar. Ela imaginou tudo isso enquanto eu ia falando pra ela e deu um sorriso e quis que eu a colocasse na escola. Perdeu o medo simples assim!
[…] artigo foi publicado originalmente no blog Cheguei ao Mundo e republicado aqui com […]