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Fim da licença-maternidade: Como manter a amamentação?

Não é nada fácil voltar ao trabalho após a licença maternidade. O coração aperta de ficar longe após meses intensos com o nosso bebê, a rotina muda completamente de novo e ainda tem a questão do aleitamento materno. Como manter a amamentação? 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. Mas, no Brasil, na maioria das empresas a licença-maternidade é de apenas quatro meses, o que torna a amamentação um desafio para muitas mães.

Conversamos com a Graziela Abdalla, nossa parceira e consultora de Amamentação, para explicar como é possível ajustar a rotina, se planejar para a volta ao trabalho e conseguir manter a amamentação por mais tempo.

Lembrando que o importante é encontrar o jeito que melhor funcione para você e o seu filho – o menos estressante e mais leve possível -, fortalecendo sempre o vínculo materno e o afeto com o seu bebê.

Um dos medos mais comuns no fim da licença maternidade é a continuidade da amamentação. Temos vários cenários possíveis: as mães que amamentam exclusivamente e vão retornar ao trabalho antes ou após o sexto mês de vida do bebê ou mulheres que fazem aleitamento misto (quando o bebê é alimentado tanto com leite materno quanto com leite artificial) e que retornam antes ou depois do sexto mês de vida do bebê.

Em ambos os casos, podemos tomar algumas medidas para ajudar a manter a produção de leite e o aleitamento materno.

Como se preparar para voltar ao trabalho?

  • Se organize com antecedência para ter leite ordenhado e estocado na volta da sua licença.
  • 15 dias antes do retorno ao trabalho comece a ordenhar (15 minutos em cada seio) para guardar.

A ordenha pode ser feita manualmente ou com uma bombinha manual ou elétrica. Dica: É possível alugar bombinhas elétricas em locais especializados nesse serviço ao invés de comprar.

Esse leite deverá ser congelado, de preferência em frascos com a quantidade ideal de leite para a mamada. Atenção: A validade do leite congelado é de 15 dias. Caso não seja possível e você tenha em um frasco com volume maior que a mamada, o leite pode ser descongelado na geladeira e utilizado por até 12 horas desde a entrada na geladeira. O congelamento deverá ser feito em frascos de vidro com tampa plástica esterilizados.

Você pode fazer a ordenha quantas vezes for possível. É importante lembrar que a quantidade de leite aquecida deverá ser a especifica da oferta da mamada. Uma vez aquecido, o leite não pode ser resfriado.

  • Outro ponto importante é a forma de oferta. No caso dos bebês que se alimentam exclusivamente no seio, o leite materno ordenhado deve ser oferecido de preferência uns 15 dias antes do retorno de outra forma a não ser o seio, pelo menos uma vez ao dia.

O ideal é que, tanto o bebê, quanto a cuidadora, sejam treinados para a oferta de leite no copinho ou na mamadeira (é preciso ficar atenta para usar mais o copinho e evitar o uso da mamadeira se sentir que há risco de desmame). Se for um bebê que tenha o aleitamento misto e o leite artificial já seja oferecido em mamadeira, o ideal é que tente substituir a fórmula láctea pelo máximo de leite materno ordenhado. Quanto maior a ordenha, maior a chance de manutenção da produção de leite.

  • Durante esse período de 15 dias peça para que outra pessoa ofereça esse leite. Perto de você seu bebê vai preferir o peito e, provavelmente, vai recusar a mamadeira.

Outros dois pontos importantes tem que ser levados em consideração:

  • Não deixe de ofertar o seio de manhã antes de ir ao trabalho e à noite após a seu retorno. Para quem mora próximo do trabalho, ir na hora do almoço amamentar em casa também ajuda na produção do leite.

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a lactante tem direito a dois intervalos de meia hora cada para amamentar, até que a criança complete 6 meses. Se o seu trabalho ou a creche forem longe, é possível juntar estes dois períodos e diminuir o expediente em uma hora.

  • É indicado ordenhar nos intervalos do trabalho, mesmo que o leite não seja aproveitado. Além de aliviar o seio da mãe, a sucção é o melhor estímulo para as mamas.

E mais importante que o aleitamento materno, é dar amor. Amamentar é uma das formas de dar amor, mas não é a única. Aproveitem cada minuto ao lado de seus filhos, cada olhar, cada toque e cada carinho são únicos.

 

Graziela Abdalla é consultora de amamentação e coordenadora de enfermagem do Grupo Perinatal Laranjeiras, Rio de Janeiro. Contatos: (21) 99514-2971 | graziela.abdalla@perinatal.com.br | @grazielaabdalla

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