Você já parou para pensar na origem dos seus maiores desafios em relação ao universo financeiro: dívidas, investimentos, planejamento, etc.?
A geração que hoje está começando a ter filhos vem de um histórico de pouquíssimo ou nenhum conhecimento sobre o tema. E isso se reflete diretamente no elevado número de famílias com dificuldade para organização das finanças, seja no controle de dívidas ou na escolha dos investimentos.
Vamos voltar na pergunta inicial e a resposta é simples: muitas vezes não recebemos orientação ideal dos nossos pais. Isso porque eles vieram de uma cultura financeira de hiperinflação, que estimulava o consumo imediato do salário recebido no mês em função do medo do aumento brusco dos preços.
Se em economias desenvolvidas e com estabilidade a questão da educação e consciência da importância de salvar parte de seus recebimentos já é difícil, para nós brasileiros é ainda mais complicado lidar com esse desafio.
Pensando nisso, vamos postar aqui no blog textos simples de educação financeira para pais e filhos, com foco em orientações que devem ser passadas de geração em geração, respeitando as particularidades de cada fase de nossos filhos.
E o primeiro passo para isso é ter em mente algumas premissas que precisam ser entendidas e passadas aos pequenos através do nosso exemplo.
- O dinheiro é conquistado, não é ganho
A expressão “ganhar dinheiro” pode ser uma armadilha, pois seu salário não é algo ganho de presente, ele é conquistado pelo seu trabalho. Isso precisa estar claro para nós e para nossos filhos. É importante que entendam esse conceito desde pequenos para valorização do trabalho e do esforço para conquistar retorno financeiro.
- Dinheiro deve ser respeitado
E isso terá um resultado final excelente para todos: poderá proporcionar alegrias. O dinheiro pode ser usado para alegrias quando gasto de forma adequada com seus valores e objetivos. Muitas pessoas quebram essa premissa quando utilizam seus recursos de forma descuidada e irresponsável, assim como outras vivem cercadas de receios e não o usam. É importante estabelecer um meio termo para que sejam tomadas decisões seguras na utilização dos recursos. Uma forma de controlar os gastos é já direcionar os recursos obtidos entre opções predeterminadas. Um sistema muito aplicado nos EUA para essa segmentação é a divisão em: salvar (economias futuras), gastar (consumo), investir e compartilhar (doações).
- As crianças precisam aprender na prática
Eles aprendem através da observação e o exemplo familiar é a maior fonte de aprendizado das crianças. É importante para isso falar de forma aberta e envolvê-los em situações de escolhas/consumo. Mas além do aprendizado a partir da observação, eles precisam experimentar e aprender com seus próprios erros para que no futuro sejam capazes de administrar de forma responsável seus recursos.
- Razão X Emoção
O consumo tem um forte aspecto emocional, por isso muitas vezes perde-se o controle dos gastos. Quando lidamos com ofertas para nossos filhos, a tendência é que a experiência da compra seja algo extremamente guiado pela emoção, e esse talvez seja um dos maiores desafios para nós. O grande perigo das compras por impulso e fora do orçamento são aquelas que justificamos com “eu mereço”, quando colocamos nossos filhos nessa história, ela pode ficar bem complicada. O gerenciamento dos gastos exige a predominância da razão para que seja possível manter um orçamento equilibrado, longe de dívidas e com foco no longo prazo da família.
Esse texto contou com a experiência em consultoria financeira de uma das sócias do blog, Julia Faria, que é administradora de empresas, mãe do Daniel, e trabalha com assessoria de investimentos para pessoa física há 9 anos. Contato para dúvidas e esclarecimentos: contato@chegueiaomundo.com.br