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Como ajudar seu filho a lidar com o sentimento de tristeza?

Quem já não se pegou olhando o álbum de recordação do seu pequeno? Uma carga de emoção invade nosso coração, não é mesmo? A lembrança do parto, da primeira vez que ouviu seu choro; o cheirinho do sabonete do primeiro banho invade nossa memória olfativa. A felicidade que sentimos quando eles falam as primeiras palavras. Isso sem falar no sentimento de angústia quando eles ficam doentes. Ai meu coração!!

O fato é que nós, como adultos, conseguimos nomear todos esses sentimentos e nos esquecemos de que para os nossos pequenos isso é muuuito difícil. Falta essa habilidade e maturidade a eles, o que de certa forma se dá de forma natural para nós. E convenhamos, se eles soubessem identificar tão facilmente seus sentimentos, não haveria birras, não é verdade? Afinal, a birra também é uma ferramenta que a criança utiliza para comunicar a sua frustração.

No texto de hoje a psicóloga Mônica Pessanha fala especificamente sobre o sentimento de tristeza e como ajudar os pequenos a lidar com ele. Confiram!

A tristeza na criança acontece por muitas razões. Talvez ela sinta que fez algo errado ou não está passando tempo suficiente com você, ou quem sabe, tenha se machucado, perdido um item especial ou não conseguiu fazer o que queria. Nessas horas, bate aquela dúvida: o que posso fazer para ajudar meu filho a lidar com esse sentimento? Aqui vão 5 dicas – diretrizes- para ajudá-los no processo.

Ajude a criança a nomear o que está sentindo

O simples ato de nomear as emoções pode ajudar a criança a ter controle sobre sua tristeza. Ela pode não ser capaz de usar palavras para descrever as estranhas sensações de sentir o coração apertado, ou o desejo de ficar sozinho, em vez de fazer coisas divertidas com os amigos. Quando a gente diz: “Parece que você está se sentindo triste”, pode ajudá-la a identificar sua tristeza e garantir que ela não estará sozinha ao se sentir assim.

Ao ajudar os pequenos a nomearem suas emoções, eles também entenderão que seus sentimentos não o definem. Eles descobrirão que podem se sentir triste sem que isso se torne uma característica que o defina como pessoa. Também evitará com que se sinta uma pessoa má apenas porque está triste. Além disso, ela poderá, dessa forma, compreender que a tristeza é uma emoção que pode ir e vir, mas não dura para sempre.

Quer um outro motivo para ajudar seu filho ou sua filha a nomear suas emoções?  Isso mostrará a ele ou a ela que você o/a ama, independentemente das emoções que ele(a) sente.

Não despreze a tristeza que a criança sente

Não desprezamos o sentimento de tristeza quando grandes perdas, como morte, divórcio ou briga com um amigo ocorrem. Mas temos a tendência de achar que um brinquedo quebrado ou um potinho de slime esquecido no parquinho não é motivo suficiente para deixar a criança triste, mas é. O que parece bobagem para nós pode parecer uma tristeza genuína para nossos filhos. Afastar a tristeza de seu filho pode fazer com que ele se sinta sem importância, como se seus sentimentos não fossem tão válidos quanto os de outra pessoa.

Em vez disso, reconheça sua tristeza sem julgá-la mesquinha ou insignificante. Admita que o sentimento existe, mesmo que seja algo tão simples.

E ouça sem julgar. Isso ajuda a criar o tipo de relacionamento com seu filho, de forma que ele possa te contar coisas triviais como a roda de um brinquedo que tenha quebrado. De fato, agradeça a ele por lhe dizer como ele se sente, para que saiba que você o apoia.

Explique que a tristeza é normal

Seu filho pode pensar que é o único que sente tristeza e isso pode causar alguma ansiedade. Em vez disso, explique que todos, inclusive você, se sentem tristes por vários motivos. Quanto mais você explica como é comum a tristeza, menos ele se sente isolado e sozinho. Sim, é uma emoção difícil, mas todos nós a sentimos.

Dê um exemplo de quando você se sentiu triste. Você pode compartilhar uma decepção recente que teve, ou até mesmo uma que sentiu quando era criança como ele. Ele não apenas saberá que todo mundo se sente triste, mas que ela faz parte da vida. Pode parecer terrível, mas pode tranquilizá-lo de que seus sentimentos são normais. Assim como você e outras pessoas lidam com isso, ele também pode.

Não tente apressar o processo do seu filho

Um dos maiores erros que nós pais cometamos ao lidar com uma criança triste é tentar afastar dela seus sentimentos. É claro que não queremos que nossos filhos se sintam tristes e, às vezes, testemunhar suas emoções difíceis também é difícil para nós. É muito mais fácil passar tempo com nossos filhos quando estão felizes do que quando se sentem tristes.

Porém, afastar nossos filhos de seus sentimentos, atrasa ou suprime as emoções que precisam passar. Sim, existem maneiras de aliviar a tristeza que sentimos, mas tentar tirá-lo do caminho apenas o torna persistente e não soluciona o problema inicial.

Por mais tentador que seja distrair, coagir ou até ameaçar a criança para tirá-la desse lugar, não o faça. Dê a ela espaço para classificar e experimentar seus sentimentos. Por mais difícil que seja se sentir triste, são esses momentos que podem ensiná-la a ser resiliente, desde que você lhe dê a oportunidade de aprender com eles.

Ofereça maneiras de aliviar a tristeza

Embora você não queira apressar experiência do seu pequeno em relação à tristeza, você pode fornecer maneiras diferentes de ele não se sentir mais triste.

Dê-lhe um abraço caloroso e acalme-o através de beijos e palavras tranquilizadoras. Ouça sem julgar e evite menosprezar as coisas pelas quais ele está chorando. Em vez de dizer “É apenas um brinquedo, sempre podemos comprar outro”, basta dizer: “Você se sente triste por ter perdido o brinquedo, não é? Você realmente gostou e agora se foi.”

Depois, sugira maneiras diferentes de lidar com a tristeza, como perguntar se ele quer falar sobre isso, dar um passeio ou produzir um brinquedo com recicláveis juntos. Incentive-o a encontrar prazeres simples de outras maneiras: vocês podem ir ao parque juntos, podendo levar um outro brinquedo de que ele goste também. Convidar um amigo para comer pipoca e assistir a um filme. Embora tenha dito que não devemos tentar apagar ou desconsiderar a tristeza da criança, é importante mostrar a elas que prazeres simples também são fontes de alegria na vida.

 

Mônica Pessanha é psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mãe da Mel, uma menina que adora desenhar, mantenedora das BRINCADEIRAS AFETIVAS (Oficina terapêutica entre mães e filhos(as)) – www.facebook.com/brincadeirasafetivas
Atende no Morumbi – SP – monicatpessanha@hotmail.com / (11)986430054 e (11)37215430

Cheguei ao Mundo
 
Comentários no Facebook
 
2 Comentários
  1. rafael siqueira  11/09/2019 | 10:02

    acho que não só as mães, mas também os pais deveriam ler esse post. é muito ruim ver um filho triste e muitas vezes não sabemos lidar com isso!!

    • Cheguei ao Mundo  11/09/2019 | 10:14

      Com certeza!!! Todos devem ler né… A imagem do post é de um pai inclusive…;-) Beijos!

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