Ligeiramente Grávida, To Grávida

Família Grande: Como ser mãe de sete filhos?

A inspiradora Julyana Mendes, a @maedesete, é a nossa convidada especial de hoje aqui no blog. Ela é mãe do Pedro Henrique, Luís, João Eduardo, das trigêmeas Carolina, Fernanda e Eduarda e da caçula Bia.

Julyana sempre sonhou em ser mãe, mas nunca imaginou que teria sete filhos. “Minha casa é um aprendizado diário. Nenhuma gestação foi igual a outra, e nenhum filho se parece com o outro. São demandas diferentes, de perfis diferentes.”. Conheçam essa história incrível, como é a rotina e a conexão que ela tem com cada um dos seus filhos.

Adoramos ter você aqui @maedesete, obrigada por compartilhar sua linda família!

Falar da minha maternidade é o que eu mais faço na vida, afinal ser mãe de sete não é nada comum e gera muita curiosidade.

Mas mais do que isso, falar sobre a maternidade e seus caminhos se tornaram meu propósito de vida, meu trabalho.

Meu filho mais velho tem 24 anos e desde que ele nasceu eu me encanto pela educação de filhos. Quando me separei do pai dele quis saber como lidar com isso da melhor maneira, e fui ler. Quando ele se fechava e chorava com saudades do pai, eu reagia de um jeito que piorava tudo, até que entendi o poder da empatia: “chora filho, eu te entendo”. E ele se acalmava. Tudo fazia sentido e me encantava. A cada livro, a cada aprendizado. E olha que Pedro era e é um filho muito tranquilo.

Depois do Pedro, oito anos depois, veio o Luís totalmente o oposto dele!! Alguém aí já deve ter percebido que quando um filho vem muito tranquilo, muitas vezes o segundo vem para mostrar como sabe ser beeeem diferente do irmão, certo? Pois Luís foi assim: não dormia, não parava, não mamava, uma outra escola para mim. Hoje aos 15 anos, é uma adolescente que me encanta!

Engravidei mais uma vez, “vai que nasce uma menina” e … tive João! Nasceu prematuro, 10 dias de UTI, mas calmo, sereno e resolvido. João tem 12 anos hoje, mas parece ter mais. Criativo e espirituoso, faz todo mundo rir com seu mundo anos 80.

A mamãe aqui persistiu nesse sonho cor de rosa e em um tratamento de FIV engravidou de trigêmeas. Sim! Quis demais uma Maria e Deus me deu três de uma vez só! Gestação de altíssimo risco que terminou com 28 semanas, 75 dias de UTI, muito sufoco, muito choro, mas muita fé e muita saúde para minhas Carol, Duda e Nanda que hoje estão com 10 anos, me ensinando que dá para ser única mesmo sendo trigêmeas, sendo meninas e nascendo na mesma época da sua vida: elas não têm nada parecido, nadinha!!

Quando as meninas tinham três anos eu me separei do pai dos cinco (sim, o pai do Pedro é outro, foram dois divórcios, mas isso é assunto para outro post, ou um livro! Rsrs). Fiquei sozinha com seis filhos, trabalhando, mas forte para estar bem para eles. E por nunca esquecer a mulher que estava dentro de mim, por sempre cuidar de mim, eu casei de novo! Kleber, meu atual marido, não tinha filhos e decidimos então ter a nossa: Bia é a caçula com quase 4 anos e veio mudar o meu maternar de uma vez por todas.

Ao longo desses 24 anos de maternidade eu vivi de tudo, mas quando a Bia veio, eu precisei me reinventar: estava em um casamento novo, com um bebê onde tudo era diferente (a introdução alimentar era outra, o que podia e não podia tinha mudado, era um mundo novo, mesmo sendo a sétima!) e com filhos de todas as fases possíveis. Passei então a compartilhar e aprender nas redes sociais sobre tudo isso. Daí que palestras, contratos, workshop, tudo passou a acontecer em torno da minha maternidade.

“O que fazer? O que dizer? Como reagir? Como lidar? Como você faz? Como você dá conta?” Eu era bombardeada todos os dias por essas perguntas, e sabendo dessa responsabilidade, não poderia trabalhar com “eu acho”. Mergulhei nos estudos mais ainda para entender a tal da Parentalidade, um nome bonito para falar de tudo que fazemos como pais e educadores para educar e ajudar a criança a se desenvolver.

Uma formação em Coach, três certificações internacionais em Parentalidade, mais de 50 livros lidos sobre o assunto e uma pós-graduação depois, estou pronta para hoje responder muitas dessas perguntas com segurança, mas para criar outras centenas depois. Aprender é meu hobby, ajudar famílias é meu propósito e sigo assim: aprendendo.

A minha vida é um grande laboratório onde aplico o que acredito e vejo o que funciona e não funciona. Lidar com sete personalidades que me demandam o tempo todo não é fácil, mas isso mudou minha vida. Por que? Porque precisei saber lidar com isso.

Para início de conversa, eu não sinto culpa. Não essa que paralisa, que me impede de admitir erros e de mudar. Eu sei que errei e erro e isso serve de lição para todos, eles também podem errar, é bem-vindo, falamos sobre ele. Sei que quando mais nova fiz o que tinha condições de fazer com o conhecimento que tinha, com os recursos emocionais que existiam em mim. Fui mãe aos 18 anos, hoje tenho 42, como comparar? Para que sentir culpa?

Ser mãe de muitos me ensinou então muitas coisas: que não tenho como dar conta de tudo sozinha, e que não é isso que me certifica uma boa mãe. Que eles não precisam de todo o tempo do mundo, mas precisam de conexão sempre. Que a mulher precisa estar viva e inteira para carregar essa mãe no colo, e quantas vezes esquecemos dela né?

Minha casa é um aprendizado diário. Nenhuma gestação foi igual a outra, e nenhum filho se parece com o outro. São demandas diferentes, de perfis diferentes. Isso me ensinou flexibilidade já que eu sou só uma! Isso me deu sensibilidade já que preciso saber qual filho atender em cada momento e me ensinou que eu preciso dizer a eles quais são os meus limites. Percebam: tem horas que eu não dou conta, não quero e estou cansada e isso precisa ser comunicado, por dois motivos: primeiro porque preciso ser autêntica e segundo porque assim ensino a eles que eles também o podem ser.

Todos os dias eu me vejo numa situação do tipo: “o que faço agora? O que decido? O que respondo?”  Se não fosse a minha noção do que é importante, quais são as minhas intenções como mãe, quais são os meus limites e quais são os meus valores eu me perderia. Se eu pudesse dar algumas dicas para cada mãe que me lê agora seriam: saibam o que é importante para você, não para quem te julga. Conecte-se com seu filho e com ele crie um relacionamento, não um controle. Escute, escute, não julgue: você pode até não ceder, não concordar, mas ele tem o direito e o espaço para te dizer. Não queira ser perfeita, nem ter filhos perfeitos, isso não existe. E por fim, mas nunca por último: cuide de você! Pais felizes, criam filhos felizes!

Cheguei ao Mundo
 
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1 Comentário
  1. BARBARA LIBERATO  29/04/2019 | 22:09

    Incrível a matéria da Julyana Mendes @maedesete. Sou seguidora e admiradora da mãe que ela é. Muito bom. Inspiração. Amo seu blog Fernanda Rodrigues. Muita Gratidão pelo o que é compartilhado por aki .

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